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O Chapeleiro Misterioso

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Mensagem por Ale Sex Fev 19, 2010 7:29 pm

Não é bem uma notícia, mas acho essa história fantástica!

O Chapeleiro Misterioso
por: Roberto Brandão

Esta é mais uma das histórias de um lendário piloto e um notório brincalhão. Não posso garantir-lhe a veracidade, mas a lenda vale esta coluna.

Num dos verões do início da década de 80, corria a notícia de que um senhor, portando garbosamente chapéu e óculos com armação de baquelita, daquelas antigas, estava causando furor junto aos proprietários de Ferrari, Lamborghini, Maserati e Porsche, dirigindo o seu bem comportado BMW sedan. Ao contrário dos filmes, não aterrorizava, não matava nem ameaçava ninguém. Agia quando um desses carros esporte de sonho lhe pedia ultrapassagem, deixando-o passar, para depois contra-atacar.

Intrigado com a história, um repórter italiano convenceu sua redação de procurar por esse personagem. Passado algum tempo, viajando pelas principais estradas do país, convenceu-se de que se tratava de mais uma lenda, uma história criada para animar conversas, e pensou em desistir da empreitada.

Foi quando encontrou-se com a história. Um BMW sedan, cor de bronze, típico de executivos e senhores bem-sucedidos, trafegava pela faixa da esquerda em velocidade de cruzeiro, atrapalhando a vida dos mais apressados. De longe, pôde ver que o motorista usava um chapéu, desses bem tradicionais, muito em moda nos anos 40 e 50.

Ligou a câmera instalada no painel de sua Lamborghini alugada, respirou e acelerou fundo, indo à caça de seu personagem. Ao aproximar-se do BMW, acionou o farol alto, piscando e pedindo passagem. Para seu espanto, o BMW cedeu-lhe a vez, indo para a pista da direita, sem muita resistência. Frustrado e acreditando que aquela havia sido sua última tentativa, já pensava em voltar para sua mesa, quando viu, pelo retrovisor, o sedan piscando seus faróis e lhe pedindo a vez. Pisou fundo no acelerador de sua máquina, cujos 12 cilindros responderam prontamente, atingindo os 200 km/h.

No entanto, podia ver ainda grudado em sua traseira o intrépido senhor de chapéu, dirigindo como se estivesse num passeio em volta do quarteirão. Acelerava mais, com o velocímetro já apontando os 240 km/h, e o velho continuava lá, pedindo passagem e acelerando. Suando frio, aflito com a velocidade, cutucava mais ainda o pedal da direita e... nada, não conseguia distanciar-se um milímetro sequer do impassível velho de chapéu. A aventura já se tornava perigosa, pois estavam próximos dos 280 km/h (de velocímetro). Aquilo tinha de acabar, mas seu perseguidor continuava como se estivesse passeando. Exausto de tensão e concentração, cedeu a vez, foi para a pista da direita, deixando o velho passar, com um largo sorriso e lhe acenando com a mão.

Reduzidos o ritmo cardíaco e a adrenalina, resolveu seguir aquele senhor para descobrir o misterioso personagem, se preciso fosse, até a última gota de combustível. O incansável repórter obteve sua recompensa quando, após algum tempo, finalmente avistou, estacionado num posto de serviços, o tal BMW. O chapéu, óculos e cachecol estavam largados sobre o banco do passageiro.

Entrou no restaurante, procurando por um senhor que lhe desse alguma indicação de ser o alvo de sua curiosidade. Corria os olhos para todos os cantos do recinto, tentando adivinhar quem poderia ser e, de repente, notou um rosto conhecido, porém jovem. Sentado numa mesa de canto, saboreando um café, estava o campeão mundial de F-1. Aproximou-se do jovem, pensando que, caso não desvendasse o mistério, poderia conseguir uma entrevista exclusiva.

Chegando mais perto, viu, no rosto do rapaz, o mesmo largo e debochado sorriso do velho de chapéu. E, imediatamente, percebeu que encontrara seu personagem misterioso. Nelson Piquet explicou-lhe que o carro fora um presente da BMW, que produzira um sedan totalmente projetado por Gordon Murray utilizando os mais avançados recursos da F-1 e ele precisava utilizá-lo da maneira mais divertida, que era humilhando os ricos proprietários de carros esportivos caríssimos.

A lenda só foi divulgada muitos anos depois e confirmada por Piquet em uma entrevista à TV Cultura de São Paulo. Mas, novamente, sendo o brincalhão que sempre foi, não se sabe se é lenda ou verdade.

Uma coisa é certa: Nelson foi o último representante de um automobilismo moleque e divertido. Passava-nos a impressão de que, mais do que uma profissão séria e competitiva, estava lá por diversão. Sinto falta desses tempos.

Ale

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Mensagem por Convidad Seg Jul 05, 2010 2:44 pm

Depois do Emerson, esse foi o meu grande ídolo no automobilismo.

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